No início do século passado, os conflitos entre os diversos interesses
envolvidos nas empresas e os chamados custos de agência, não eram tão relevantes, pois a propriedade e o controle das
grandes empresas estavam nas mãos dos indivíduos chamados de “capitães da
indústria”. A crise econômica de 1929, que acarretou grandes perdas para
investidores, e o surgimento das grandes corporações levaram à desconcentração
da propriedade e à criação de um novo modelo de controle empresarial, em que o
principal, o titular da propriedade, delega ao agente o poder de decisão sobre
essa propriedade. Uma vez que os interesses do primeiro nem sempre estão
alinhados aos do último, podem ocorrer conflitos de agência.
Uma das teorias desenvolvidas para solucionar tais conflitos foi a
teoria da agência, formalizada por Jensen e Meckling, que também desenvolveram
um modelo de custos de agência para os acionistas. Na teoria da agência, a
sociedade é concebida como uma rede de contratos, explícitos e implícitos, os
quais estabelecem as funções e definem os direitos e deveres de todos os
participantes – principal e agente; este se situa no centro das relações em
todos os interessados na empresa – empregados, fornecedores, clientes,
concorrentes, acionistas, credores, reguladores e governos.
Como, devido à separação entre a propriedade e a gestão, quem exerce,
efetivamente, o controle são os administradores das companhias, ocorre uma
assimetria de informações, pois o agente tem acesso a dados a que o principal
não tem. A hipótese fundamental dessa teoria é que as pessoas têm interesses
diferentes e cada uma busca maximizar seus próprios objetivos.
Ao abordar relações econômicas bilaterais entre o principal e o
agente, a teoria da agência apresenta três condições: o agente dispõe de vários
comportamentos possíveis de adoção; a ação dos agentes afeta não apenas seu
próprio bem-estar mas também o do principal; as ações do agente dificilmente
são observáveis pelo principal, por haver assimetria informacional entre as
partes.
Os conflitos de interesse geram custos, pois são necessárias medidas
para monitorar os administradores, as quais incluem: contratação de auditoria
independente; implementação de medidas de controle; gastos com seguros contra
danos provocados por atos desonestos de administradores; estabelecimento da
remuneração dos agentes vinculada ao aumento da riqueza dos acionistas, como a
concessão de ações ou opções de ações aos administradores e outros incentivos
ao alinhamento dos interesses entre estes e a administração. Os custos de
minimização do conflito de agência são denominados custos de agência.
Para reduzir os conflitos de interesses, se faz necessário utilizar
mecanismos de governança corporativa.
Referências:
ANDRADE, Adriana; ROSSETTI, José Paschoal. Governança Corporativa: fundamentgos, desenvolvimento e tendências.
5. ed. São Paulo: atlas, 2011.
SILVA, André Luiz Carvalhal da. Governança corporativa e sucesso
empresarial: melhores práticas para aumentar o valor da firma. São Paulo:
Saraiva, 2006.
Olá Prof Bruno, estou ministrando a disciplina Governança Corporativa e estou usando este seu artigo para explicar aos alunos o tema "conflito de agência". Parabéns pelo texto. Abs.
ResponderExcluirProfª Tania Mara Ambrósio
Valeu, professora! Obrigado pelo elogio e sucesso!
ResponderExcluirola bruno sou consultora de processos e gostaria de trocar algumas ideias com vc cleysy lima 81 998948043
ResponderExcluirOlá, VOcê poderia mandar a referência deste desenho que está explicando o conflito de agência?
ResponderExcluirOlá, VOcê poderia mandar a referência deste desenho que está explicando o conflito de agência?
ResponderExcluirolá voce poderia mostrar a referência deste desenho que explica a teoria da agência?
ResponderExcluirOlá, Tamara! Eu que criei. Me baseei em alguns autores.
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