Henry Mintzberg, um dos grandes autores na área de Estratégia Corporativa, desenvolveu no final dos anos 80 um modelo conhecido como 5 P´s da Estratégia, com o intuito de esclarecer as diferentes formas de conceituar a palavra "estratégia" (em negócios) e entender em que contexto uma organização está inserida e como ela se transforma, dependendo da força existente em sua estrutura e nas mudanças que ocorrem no ambiente competitivo, obrigando-a a reagir e se adaptar a este novo meio:
- Uma estratégia pode ser um PLANO, um caminho que dese ser traçado para que se alcance determinados objetivos. É o que a empresa pretende realizar. Normalmente quando uma empresa desenvolve um planejamento estratégico, ela procura definir algumas diretrizes estratégicas que devem levá-la a um caminho que a ajude a alcançar os objetivos pré-estabelecidos no próprio planejamento.
- Uma estratégia pode ser um PADRÃO, uma espécie de consistência gerada ao longo do tempo que mantém a organização firme no alcance de seus objetivos. Neste caso, ela consegue obter êxito na aplicação do planejamento e procura manter o que vem dando certo.
- Uma estratégia pode ser uma POSIÇÃO, isto é, a forma como a organização aloca, escolhe, prioriza seus produtos/serviços em determinados mercados. Neste caso, ela se posiciona frente às forças competitivas inerentes ao seu setor/mercado e tenta responder ou bloquear estas forças com a utilização de seus recursos internos e priorização de áreas-chave em sua estrutura.
- Uma estratégia pode ser uma PERSPECTIVA, uma maneira fundamental de a organização fazer as coisas, criando valores únicos que fazem ela ser diferente de seus concorrentes.
- Uma estratégia pode ser um PRETEXTO, ou seja, um truque, uma manobra que engane o seu concorrente.
Na prática, uma organização, ao desenvolver seu planejamento estratégico, imagina colocá-lo da forma como foi idealizado. Quando a estratégia se torna realizada, a organização consegue ter controle maior de suas ações, mas ela não aprende a lhe dar com as dificuldades. No ambiente de hoje, com tantas mudanças e forte concorrência, a estratégia idealizada muitas vezes não se concretiza. Desta forma, se torna evidente a necessidade de modificar ou de criar uma nova roupagem para adequar a estrutura ao ambiente organizacional. A organização aprende com o erro na estratégia idealizada, mas há o risco de perda de controle organizacional em detrimento da necessidade de mudança.
Referência:
MINTZBERG, Henry. O processo da estratégia. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Muito boa a explanação, me ajudou muito!
ResponderExcluirValeu, Kel!
ResponderExcluirDr. Bruno obrigado pela ajuda, um excelente material ajudou muito na minha pesquisa, Agradecido mesmo pelo conhecimento repassado...
ResponderExcluirValeu, Rafael!
ResponderExcluirBruno, tenho lido vários de seus posts. Parabéns pela forma simples e objetiva como transmite e também por compartilhar. Grande abraço
ResponderExcluirObrigado, Ronaldo!
ExcluirUm dos Ps não seria “ Ploy “? Você sinaliza algo para uma direção e toma outra para enganar a concorrência.
ResponderExcluirPREÇO, POSIÇÃO, PERSPECTIVA, PLANO e PLOY.
Assim, foram os conceitos que estudei há 18 anos no Mestrado. Obrigado
Sim Paulo. Ploy tem o significado de "manobra", da forma como você descreveu. Nos livros traduzidos para o português (incluindo o próprio livro de Mintzberg, se usa o termo "pretexto" para se referir ao "Ploy" (manobra). Imagino que eles usam "pretexto" por causa da inicial "p" com o intuito de manter a ideia dos "5ps" do modelo original em inglês.
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